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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Seu olhar em meio a cidade



Nosso olhar se cruza em meio ao turbilhão da cidade
Tudo passando...as insólidas relações prematuras
Sim, pois na selva de pedra a natureza tem seu útero transgredido
E nós também passávamos, quando algo...ainda existe o algo...apesar

Olhei pra trás e você também me olhou. Estado de luta.
Cada parte de nossos corpos tem movimento próprio
Como se cada membro fosse treinado num movimento próprio
Memória corporal, vivência, vontade intracelular

Sei disso, pois meu pé se foi e meu olhar ficou
Sei disso porque meu coração acelerou-se e olhar se acalmou
Sei disso, porque fitei você e no passar do instante se deu a eternidade

Doce amada de olhos febris, ouvi a dor que eles me trouxeram
Cantos sombrios, em concordância artística com suas matizes
Tive a impressão que na dor éramos irmãos gêmeos...
Mas tudo passa e você passou. Os pés, nossos pés sempre bom servidor da hora marcada

Sei que de ti descobri tudo. Tudo o que cabe no seu Negro Olhar
Segredos, sempre haverão, incomunicados como o é também deus
Mas algo se espelhou em mim, no passar, algo se eternizou
Quiçá, nos vemos, neste dia nosso olhar dominará nosso pé

Sei disso, pois meu olhar ficou e meu pé obedeceu
Sei disso, pois a calma do meu olhar serviu de harmonia ao rápido bater do coração
Sei disso, porque não há mais momento, só o nosso eterno olhar na morada dos deuses

3 comentários:

  1. Uma linda mulher, inventa todo o poeta...pois, a nós nos cabe fingir. Eis toda vivência transtornada em linguagem...

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  2. Mano, como diz o Rubem Alves, você está se tornando um bruxo. O olhar negro da menina é um prsente que passa e se torna-se perpétuo - presente. Parabéns!

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  3. Penso meu querido Sergio, que escrever é transtornar a vivência em linguagem....

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